Fórum em Brasília vai discutir gargalos logísticos e competitividade do agro brasileiro
O evento pretende debater soluções para um dos maiores entraves do agronegócio: a infraestrutura de escoamento das safras.
A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), em parceria com a Associação Mato-Grossense de Produtores de Algodão (Ampa) e a Aprosoja Brasil, realiza no próximo dia 10 de setembro, em Brasília, o primeiro Fórum Geopolítica e Logística. O evento pretende debater soluções para um dos maiores entraves do agronegócio: a infraestrutura de escoamento das safras.
A programação terá mais de oito horas de discussões, divididas em dois painéis e uma palestra. O primeiro painel reunirá representantes do Ministério dos Transportes, Observatório IBI, Marinha e ANTAQ para tratar da diversificação de modais, hoje concentrados em rodovias que transportam cerca de 60% da produção, contra 30% por ferrovias e 10% por hidrovias. O segundo painel abordará o papel das agências reguladoras e os gargalos que afetam a competitividade brasileira, com participação do Mapa, da ANEA e da CNA.
Segundo a Abrapa, a expansão da produção agrícola não tem sido acompanhada pela modernização da logística, o que pressiona os custos e compromete a eficiência. Em 2024, transportar grãos de Mato Grosso até Xangai, via Porto de Santos, custou US$ 116 por tonelada, dos quais 73% referem-se ao trajeto terrestre de cerca de 2 mil quilômetros até o porto. “O transporte interno encarece muito o produto brasileiro e quem paga por essa conta é o produtor”, destacou o diretor executivo da Ampa, Décio Tocantins.
Para o presidente da Aprosoja Brasil, Maurício Buffon, a falta de investimentos em estradas, portos e alternativas logísticas reduz a competitividade e impede o país de avançar no mercado internacional.
“Enquanto essas barreiras persistirem, o Brasil continuará perdendo espaço em um cenário global que poderia ser muito mais favorável ao produtor”, afirmou.
O encerramento do Fórum será com palestra do ex-presidente do BRICS, Marcos Troyjo, que abordará as perspectivas do setor produtivo diante das transformações geopolíticas e econômicas mundiais.
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