Preço do arroz em casca recua em março e balança comercial registra superávit

O mercado do arroz apresentou um recuo significativo em março, conforme aponta levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Preço do arroz em casca recua em março e balança comercial registra superávit
Ilustrativa

O mercado do arroz apresentou um recuo significativo em março, conforme aponta levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A média do Indicador CEPEA/IRGA-RS para o arroz em casca (58% de grãos inteiros e pagamento à vista) foi de R$ 82,21 por saca de 50 quilos, valor 14,09% inferior ao registrado em fevereiro.

O recuo no preço interno colocou o arroz brasileiro abaixo da média tanto das exportações quanto das importações. O valor ficou R$ 14,54 por saca abaixo do preço médio das exportações e R$ 5,81 por saca abaixo do valor médio das importações. Essa diferença reflete a maior competitividade do arroz brasileiro no mercado externo, mesmo com a recente depreciação do produto embarcado.

Em março, o Brasil exportou 134,67 mil toneladas de arroz, um avanço expressivo de 171% em relação ao mês anterior. O preço médio recebido pelos exportadores foi de US$ 336,96 por tonelada, o equivalente a R$ 96,75 por saca de 50 kg no porto (FOB). Ainda assim, chama a atenção a desvalorização de 23,07% no valor pago pelo produto brasileiro em relação a fevereiro.

No mesmo período, as importações caíram 25,29%, totalizando 105,54 mil toneladas em base casca. O valor médio de importação foi de US$ 306,53 por tonelada, ou R$ 88,02 por saca de 50 kg FOB, representando uma queda de 6,36% no comparativo mensal. A taxa média de câmbio registrada em março foi de R$ 5,74 por dólar.

Com exportações superando as importações, a balança comercial do arroz voltou a apresentar superávit, com saldo positivo de 29,13 mil toneladas. Esse resultado não era registrado desde dezembro de 2024, indicando um reposicionamento do arroz brasileiro no comércio internacional.

Os dados reforçam a sensibilidade do setor às variações cambiais e à dinâmica do comércio externo. A queda dos preços internos, aliada ao bom desempenho das exportações, pode estimular o escoamento da produção e trazer novo fôlego para os produtores, especialmente diante dos desafios enfrentados com custos de produção e instabilidades climáticas.

 

Por Cristiane Ferreira
FONTE: Agro+
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