3tentos inicia processamento de canola no Rio Grande do Sul após investir R$ 60 milhões

Planta de Ijuí começa a operar com 70 mil toneladas e marca a entrada definitiva da canola no projeto industrial da companhia

3tentos inicia processamento de canola no Rio Grande do Sul após investir R$ 60 milhões
Ilustrativa

A  3tentos iniciou em dezembro o processamento de canola na unidade industrial de Ijuí, no Rio Grande do Sul.

A operação, que deve ocorrer pelos próximos dois a três meses, marca a entrada definitiva da oleaginosa no projeto industrial da companhia e representa um avanço estratégico no portfólio de processamento.

Para viabilizar a nova etapa, a empresa investiu R$ 60 milhões na adaptação da planta de Ijuí, parte de um plano maior de R$ 320 milhões em ampliações industriais até 2030.

Ao todo, foram recebidas 70 mil toneladas de canola, que serão destinadas à produção de farelo e óleo/biodiesel. 

A estimativa é de que sejam gerados cerca de 32 mil metros cúbicos de biodiesel.

 

 

O CEO da 3tentos, João Marcelo Dumoncel, destaca que a companhia tem liderado a expansão da cultura no estado, com foco em suporte técnico aos produtores. “Nossa dedicação é para que o produtor tenha cada vez mais conhecimento e segurança no manejo da canola, para evoluir em produtividade, custo e resultado”, afirmou. 

A empresa também oferece um programa completo de barter para a canola, incluindo seguro agrícola. “Temos toda a estrutura tecnológica e o seguro integrado”, reforçou o executivo. 

Segundo Dumoncel, o farelo de canola já tem destino garantido nos mercados interno e externo. “Já temos mercado interno e mercado externo estruturados”, disse, acrescentando que a companhia finaliza ajustes logísticos e parâmetros de prêmio para a comercialização.

 Canola como cultura estratégica de inverno 

A 3tentos pretende consolidar a canola como uma cultura de rotação de inverno, alternando com o trigo a cada duas safras e ocupando áreas hoje subutilizadas no estado. 

“O estado tem uma área descoberta que não está tendo uma atividade econômica importante o ano todo. Estamos incentivando o produtor a ocupar este espaço sem diminuir o trigo, mas acrescentando a canola como uma cultura de inverno”, explicou o CEO. 

A oleaginosa se destaca pela eficiência produtiva: entrega cerca de 400 quilos de óleo por tonelada — o dobro da produtividade média da soja, que gira em torno de 200 quilos.

 “A canola entrega um produto de maior valor agregado em quantidade maior que a soja”, afirmou Dumoncel.

Em 2025, o Rio Grande do Sul plantou 240 mil hectares de canola, com uma safra avaliada positivamente pela empresa. O executivo também ressaltou a mudança no mercado: “Até o ano passado, a canola tinha desconto de 5% a 10% sobre o preço da soja. Hoje trabalha com prêmio de 5% a 10%”.

 O bom desempenho impulsionou o interesse para o próximo ciclo. As projeções indicam que o estado pode alcançar entre 400 mil e 500 mil hectares plantados em 2026