USDA já capta impacto da guerra tarifária no comércio global de commodities

Relatório de maio também mostra redução significativa dos estoques americanos de soja

USDA já capta impacto da guerra tarifária no comércio global de commodities
Ilustrativa

Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) já captou os primeiros efeitos da guerra tarifária no mercado global de grãos em seu último relatório, segundo análise do Itaú BBVA.

As projeções atuais indicam um aumento nas importações chinesas, queda nas exportações estadunidenses e estoques mais limitados de milho e soja.

As informações de maio destacam uma situação com estoques mais restritos para os grãos americanos e ajustes sutis, mas significativos, nas dinâmicas do comércio internacional.

Por exemplo, a projeção sobre as importações chinesas mostram aumento em todas as principais commodities analisadas como soja, milho, algodão e trigo.

Soja

No mercado da soja, observa-se redução significativa no estoque final nos EUA para a safra 2025/26, com queda de quase 16%, passando de 9,5 milhões para 8 milhões de toneladas.

A produção nos EUA foi ligeiramente revisada para baixo, atingindo 118 milhões de toneladas, com uma queda esperada na área colhida devido a margens estreitas e incertezas no comércio.

A China permanece como um importante player, com previsão de importações de 112 milhões de toneladas contra 108 milhões de toneladas na anterior, mostrando sua priorização pela soja mesmo em meio às disputas tarifárias.

Milho

No que diz respeito ao milho, há um aumento previsto nas exportações dos EUA, enquanto a China deve importar mais e reduzir seus estoques internos.

O Brasil também terá um leve aumento na produção de milho, mas espera-se uma considerável queda nos estoques finais, indicando um aumento no consumo interno e possíveis pressões nos preços domésticos.

A produção americana 2025/26 está estimada em 402 milhões de toneladas e as exportações do país podem subir de de 64,8 para 66 milhões de toneladas.

A importação da China 2025/26 projetada em 10 milhões de toneladas, versus 8 milhões de toneladas na safra 2024/25. Já a produção do Brasil 2024/25 foi elevada de 126 milhões de toneladas para 130 milhões de toneladas.

Trigo

Quanto ao trigo, a produção global deve atingir níveis recordes, com a China dobrando suas importações. O Brasil, por outro lado, continua dependente das importações, apesar de uma modesta recuperação na produtividade.

A produção mundial 2025/26 deve ser recorde, projetada para 809 milhões de toneladas, assim como o consumo mundial que deve atingir 805 milhões de toneladas em 2025/2026.

A produção da Argentina 2025/26 projetada em 20 milhões de toneladas para 2025/26,, versus 18,5 milhões de toneladas em 2025/26, 2024/25. Já a importação da China 2025/26 foi projetada em 6 milhões de toneladas em 2025/26, versus 3,3 milhões de toneladas em 2024/25.

Algodão

No setor do algodão, os EUA estão expandindo suas exportações, enquanto a produção chinesa diminui. O Brasil está aumentando sua produção e ganhando espaço em mercados antes dominados por outros países.

A safra americana 2025/26 projetada em 3,2 milhões de toneladas, versus 3,1 milhões de toneladas 2024/25.

Por sua vez, a safra do Brasil 2025/26 projetada em 4 milhões de toneladas, versus 3,7 milhões de toneladas em 2024/25.

Enquanto isso, o consumo global em 2025/26 deverá crescer 1%, para 25,7 milhões de toneladas e produção global 2025/26 deverá cair para 25,6 milhões de toneladas, versus 26,4 milhões de toneladas em 2024/25.

FONTE: AgrofyNews
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