Novo caso confirmado em ave silvestre reacende alerta de gripe aviária em SP
Três Irerês com vírus foram encontradas no Parque Ibirapuera; Defesa Agropecuária reforça medidas e nega risco à população

A confirmação de um novo foco de gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP) em São Paulo reacendeu o alerta para medidas de biossegurança no setor avícola.
O caso mais recente foi identificado em três aves silvestres da espécie Irerê (Dendrocygna viduata), encontradas no Parque Ibirapuera, na capital paulista. Segundo a Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura do Estado, as aves não eram residentes do local.
Com o episódio, equipes do Programa Estadual de Sanidade Avícola (PESA) e da Divisão de Fauna Silvestre da Prefeitura intensificaram as vistorias clínicas diárias no parque. Até o momento, não foram observados sinais clínicos compatíveis com a doença nas demais aves do local, e não haverá sacrifício sanitário.
Apesar do caso, as autoridades garantem que não há risco à população nem impacto na produção avícola.
“O consumo de carne de aves e ovos segue seguro”, reforçou a Defesa Agropecuária. Como se trata de foco em ave silvestre, não há alterações no status sanitário do Brasil junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), tampouco restrições às exportações.
Ações educativas e plano de contingência
Em parceria com a direção do parque e a Prefeitura de São Paulo, a Defesa Agropecuária também intensificará ações de educação sanitária no Ibirapuera para orientar a população sobre como evitar a propagação do vírus.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que, por meio da Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD), elaborou um Plano de Contingência para ações de resposta em caso de infecção humana. Até o momento, não há registro de casos da doença em pessoas no estado.
Situação no estado e no país
São Paulo contabiliza três focos confirmados de gripe aviária de alta patogenicidade — todos em aves silvestres. No cenário nacional, o Brasil soma 177 focos, sendo 171 em aves silvestres, cinco em aves de subsistência e apenas um em ave de criação comercial, conforme dados do Ministério da Agricultura.
Brasil investiga três casos.Confira os casos em investigação:
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Eldorado do Carajás (PA) – Galinha, doméstica
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Meleiro (SC) – Galinha, doméstica
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Linhares (ES) – Pardal, silvestre
Alerta máximo às granjas comerciais
Com a detecção do novo foco, a Defesa Agropecuária reforça o alerta às granjas comerciais paulistas para que adotem medidas de biosseguridade em grau máximo. Entre as recomendações estão:
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Verificação diária da integridade das telas dos aviários (com malha de no máximo 2,54 cm) para impedir o contato com aves silvestres;
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Ausência de árvores frutíferas nos núcleos avícolas;
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Manutenção da vegetação baixa e sem acúmulo de água, para não atrair aves aquáticas.
A Portaria MAPA nº 782/2025 também segue em vigor, proibindo por 180 dias a criação de aves com acesso a piquetes em estabelecimentos comerciais registrados.
Além disso, visitas de pessoas alheias à atividade produtiva, sobretudo vindas do exterior, devem ser totalmente evitadas, a fim de proteger a saúde do plantel.
Zoológicos e criadouros sob vigilância
A Diretoria de Biodiversidade e Biotecnologia da Semil expediu ofício orientando que zoológicos e criadouros cadastrados no Sistema GEFAU adotem protocolos rigorosos de biosseguridade.
Também foi reforçada a exigência do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados pelos funcionários responsáveis pelo manejo.
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