Mato Grosso do Sul prevê mais de R$ 70 bilhões em investimentos em celulose até 2028
Estado cresce 500 porcento em área florestal em dez anos e reforça liderança no setor
Mato Grosso do Sul projeta ultrapassar R$ 70 bilhões em investimentos no setor de celulose até 2028, consolidando-se como um dos principais polos mundiais dessa cadeia.
O avanço ocorre em paralelo a uma expansão de mais de 500% na área de florestas plantadas nos últimos dez anos, que saltou de 300 mil hectares para 1,75 milhão em 2025.
O Estado ganhou o apelido de “Vale da Celulose” e abriga atualmente seis grandes empreendimentos em andamento.
Entre eles estão: o Projeto Cerrado, da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, inaugurado neste ano com R$ 22,2 bilhões e capacidade para 2,55 milhões de toneladas/ano; o Projeto Sucuriú, da Arauco, em Inocência, que prevê aporte de R$ 25 bilhões e início das operações em 2027, com até 3,5 milhões de toneladas/ano; além da nova fábrica da Bracell, em Bataguassu, voltada à celulose solúvel, com investimento de R$ 16 bilhões.
A Eldorado também prepara ampliação em Três Lagoas, reforçando a liderança regional.
Impacto econômico
O setor já representa 10,7% do PIB estadual, com movimentação de R$ 15,7 bilhões em 2024, e se baseia no uso de áreas de pastagens degradadas para a expansão florestal.
Os dados foram apresentados nesta segunda-feira (18), durante a abertura do 7º Congresso Florestal de Mato Grosso do Sul, em Três Lagoas, que também deu início ao Show Florestal 2025, com 163 expositores.
Além da atração de novos empreendimentos, o Estado investe em infraestrutura para dar suporte à produção. Um dos principais projetos é a chamada Rota da Celulose, conjunto de rodovias que conecta municípios onde se instalaram grandes empresas do setor.
Em maio, o Consórcio K&G Rota da Celulose venceu o leilão de concessão do trecho, reforçando o papel estratégico da logística no avanço da cadeia.

O secretário-executivo da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Rogério Thomitão Beretta, destacou a combinação entre segurança jurídica, incentivos fiscais e investimentos em infraestrutura.
“Esse crescimento se deu em áreas já antropizadas, garantindo sustentabilidade. O Governo do Estado tem assegurado segurança jurídica, incentivos fiscais, investimentos logísticos e infraestrutura, como a concessão das rodovias estratégicas, aeroportos e a Rota Bioceânica, que farão do Mato Grosso do Sul um hub logístico da América do Sul”, afirmou.
Desafios do setor
Beretta também moderou o painel “O Vale da Celulose no Brasil, status dos megaempreendimentos florestais”, que reuniu representantes de Suzano, Eldorado, Arauco e Bracell.
O debate abordou o andamento dos projetos e os principais desafios, como a escassez de mão de obra qualificada, a competitividade internacional e a sustentabilidade da cadeia.







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