Queijo colonial do Sudoeste do Paraná agora tem IG
O queijo colonial do Sudoeste do Paraná agora tem Indicação Geográfica, reconhecimento que valoriza o saber-fazer tradicional e impulsiona a economia regional.

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) publicou na Revista da Propriedade Industrial (RPI) 2841, de 17 de junho de 2025, a concessão da Indicação Geográfica Sudoeste do Paraná, da espécie Indicação de Procedência (IP), para o queijo colonial produzido em 42 munícipios que estão localizados na área geográfica delimitada. Com essa concessão, o INPI chega a 146 IGs reconhecidas no Brasil, sendo 106 IPs (todas nacionais) e 40 Denominações de Origem - DOs (29 nacionais e 10 estrangeiras).
O produto da Indicação Geográfica
O queijo colonial é um dos produtos mais emblemáticos da região Sul do Brasil, especialmente no Sudoeste do Paraná. Produzido a partir de leite cru, trata-se de um queijo maturado, de massa crua, semicozida ou cozida, obtido pela coagulação do leite com coalho ou enzimas coagulantes apropriadas. É amplamente consumido pela população local e considerado parte da cultura regional.
A produção do queijo colonial preserva práticas herdadas de gerações, aliando métodos tradicionais a técnicas modernas e sustentáveis. Esse equilíbrio tem permitido aos produtores atender aos mercados locais e nacionais com um produto de identidade própria. Em todos os 42 municípios do Sudoeste do Paraná há queijarias em atividade, resultado direto do fato de a região abrigar a maior bacia leiteira do estado. São cerca de 60 queijarias formalizadas e mais de 100 em potencial processo de legalização.
A importância da IG para a região
O reconhecimento da IG fortalece a valorização do saber-fazer dos produtores e agrega valor à produção leiteira local, promovendo o desenvolvimento econômico regional. Segundo o Censo Agropecuário de 2017 do IBGE, cerca de 25% dos produtores de queijo do estado do Paraná estão concentrados no Sudoeste, o que reforça a relevância do setor para a agricultura familiar.
A notoriedade do queijo colonial da região é reforçada por sua participação na Rota do Queijo Paranaense — lançada em 2021 — da qual fazem parte aproximadamente 51% das propriedades do estado presentes no roteiro. As queijarias também têm conquistado destaque em concursos nacionais e internacionais, com premiações cada vez mais frequentes.
O apoio do governo estadual à cadeia produtiva é evidenciado por iniciativas como o evento Inova Queijo, que incentiva a qualificação técnica e a vocação local para a atividade. Em 2024, o queijo colonial do Sudoeste do Paraná foi reconhecido como Patrimônio de Natureza Cultural Imaterial do Estado, por meio da Lei Estadual nº 21.966.
Histórico do queijo colonial
A origem do queijo colonial remonta à chegada dos imigrantes europeus ao sul do Brasil. Essas famílias trouxeram o conhecimento da fabricação de queijos e o adaptaram às condições locais. A partir da década de 1940, a colonização da região Sudoeste do Paraná se intensificou com a vinda de agricultores de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Os “colonos” mantiveram o saber-fazer artesanal, que passou de geração em geração.
Essas práticas tradicionais, aliadas às condições específicas da região — como o manejo do gado leiteiro e as pastagens locais —, contribuíram para a formação de um produto com identidade geográfica clara e forte vínculo com a cultura local. O Movimento Slow Food já reconheceu a tradição queijeira da região, destacando seu papel na preservação de produtos artesanais.
A análise dos dados históricos, das práticas produtivas e do reconhecimento social do produto comprova que o Sudoeste do Paraná reúne os requisitos legais para o registro do queijo colonial como uma IP.
As informações são do Instituto Nacional da Propriedade Industrial.
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