Tocantins busca apoio do governo federal para minimizar impactos de tarifa dos EUA e ampliar exportações
Estado, que exporta majoritariamente carne bovina aos norte-americanos, tenta abrir novos mercados após taxação de 50% imposta por Washington
Diante da imposição de uma tarifa de 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o governo do Tocantins tem intensificado articulações em Brasília para mitigar os impactos econômicos da medida sobre o setor agropecuário local. Em agenda na capital federal nesta quarta-feira (6), o governador Wanderlei Barbosa se reuniu com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, em busca de apoio na abertura de novos mercados internacionais.
A carne bovina responde por cerca de 60% das exportações do Tocantins para os EUA. Somente no primeiro semestre de 2025, o estado embarcou US$ 25 milhões em carne para o país norte-americano. Com a nova alíquota, a continuidade das vendas se torna economicamente inviável.

“Estamos em busca de novos mercados para compensar o que nosso estado vai perder com essa taxação. Buscamos soluções para auxiliar os nossos produtores rurais e pecuaristas e contamos com o apoio do Governo Federal nesta missão”, afirmou o governador.
Durante o encontro, o ministro Carlos Fávaro destacou os esforços do governo federal para ampliar a presença internacional dos produtos brasileiros. Ele citou o avanço das exportações de carne para o México, que saltaram de US$ 15,5 milhões em janeiro para US$ 89,3 milhões em junho. “Atualmente vendemos carnes para 160 países e temos parcerias muito importantes com países como Coreia do Sul, Vietnã, Turquia e Japão, que representam 30% das nossas vendas”, afirmou Fávaro.
Governo brasileiro negocia isenção para mais produtos
A taxação norte-americana foi anunciada como retaliação ao processo judicial envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, segundo o ministro, ainda há margem para negociação. “Estamos trabalhando para que mais produtos como carne bovina, pescado e café também sejam isentos. Essa medida ainda não está confirmada, mas acreditamos que a pressão para que esses produtos não sejam taxados será inclusive interna, pela inflação que essa medida deve causar nos Estados Unidos”, pontuou.
Rastreabilidade e sustentabilidade no foco
Para melhorar a competitividade da carne tocantinense, Fávaro recomendou investimentos em rastreabilidade do rebanho, uma exigência crescente nos mercados mais exigentes, especialmente da União Europeia.
“Muitos países só querem comprar carnes de locais que não tenham desmatamento de florestas. Por isso sugiro que vocês incentivem os pecuaristas do Tocantins a investir no chip dos bois, pois essa medida se torna cada dia mais essencial”, declarou.
Frigoríficos locais pedem inclusão em novas parcerias
Representando o setor produtivo, o presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Carnes do Tocantins (Sindicarnes), Oswaldo Stival Júnior, elogiou a abertura de novos mercados, mas solicitou atenção especial ao setor local.
“A inclusão de frigoríficos do nosso estado, aliada a compensações fiscais que o governo está estudando, trarão a segurança para que nossos produtores continuem a produzir sabendo que receberão um incentivo do governo neste momento difícil”, afirmou.







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