Paraná prorroga emergência fitossanitária e intensifica Operação Big Citros contra o greening
Fiscais atuam para conter o avanço da doença mais devastadora da citricultura

O Governo do Paraná prorrogou por mais 180 dias a emergência fitossanitária para o combate ao greening (HLB) em áreas produtoras de citros do estado.
O novo prazo foi oficializado pelo Decreto nº 10.445, assinado pelo governador em exercício, Darci Piana. A medida garante agilidade nas ações de controle da praga, que ameaça a citricultura paranaense.
Em vigor desde 2023, a emergência tem permitido intensificar medidas como o controle do psilídeo, erradicação de plantas contaminadas, uso de mudas sadias e orientação técnica aos produtores.
Após avanços no combate ao greening nas regiões Norte e Noroeste do estado, os esforços agora se concentram no Vale do Ribeira, especialmente nos municípios de Doutor Ulysses e Cerro Azul, principais polos de produção de tangerina ponkan no Paraná.
Nesta semana, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) iniciou uma nova etapa da Operação Big Citros. Equipes da agência visitam propriedades para orientar os produtores sobre o reconhecimento de sintomas da doença e a necessidade de eliminação imediata das plantas infectadas.
“O nosso trabalho começa com a identificação dos sintomas, mapeamento das propriedades e educação sanitária. Essa resposta rápida é essencial para manter a sanidade da cultura da ponkan na região”, afirma Carolina Garbuio, chefe da Divisão da Sanidade da Citricultura da Adapar.
Ao todo, 30 servidores foram mobilizados e divididos em 13 equipes. O mapeamento inicial envolveu cerca de 700 propriedades, com amostragem direta em 10% delas. Além de verificar a presença da doença, os técnicos orientam sobre formas de evitar o alastramento do greening.
Vigilância continua mesmo sem vetor confirmado
Apesar da confirmação de plantas doentes, até o momento não foi identificada a presença do psilídeo Diaphorina citri Kuwayama, inseto transmissor do HLB, na região.
Ainda assim, armadilhas foram instaladas para monitorar eventuais focos, e os técnicos não descartam a possibilidade de o vetor ter sido eliminado por predadores naturais.
“Quando encontramos uma planta doente, notificamos o produtor para que faça o corte rente ao solo. A recomendação é evitar qualquer rebrota, já que o greening é uma doença sistêmica e pode voltar”, explica Orlando Hansen, fiscal da Adapar. Segundo ele, a ação rápida evita perdas maiores e garante a continuidade da produção.
Além das visitas a campo, a Adapar também tem promovido encontros com produtores na Ceasa de Curitiba para alertar sobre o risco do comércio irregular de mudas, principal porta de entrada da doença.
O produtor Amazino de Jesus Despanches, de Cerro Azul, foi um dos visitados pelas equipes. “A gente ouvia falar em São Paulo e Minas, mas agora chegou aqui. Com as orientações da Adapar, a gente ficou mais preparado”, afirmou.
Goiás também em alerta
Em Goiás, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) iniciou medidas emergenciais após a confirmação de dois focos de HLB nos municípios de Campo Limpo de Goiás e Quirinópolis.
A detecção foi feita com base em material suspeito coletado por fiscais estaduais e confirmado pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA-GO), vinculado ao Ministério da Agricultura.
As ações seguem o protocolo da Portaria Federal nº 317/2021 e incluem o isolamento das áreas afetadas, controle do vetor, erradicação de plantas e bloqueio de mudas contaminadas.
O que é o greening
O greening — ou HLB (Huanglongbing) — é considerado a doença mais devastadora da citricultura mundial. Causada por uma bactéria e transmitida pelo psilídeo, afeta todas as variedades de citros.
Os frutos ficam deformados, com sementes abortadas, sabor comprometido, queda precoce e menor valor comercial. O avanço da doença pode levar à morte da planta e prejuízos econômicos severos.
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