Acordo Mercosul-EFTA abre portas para agro brasileiro conquistar mercados de alto poder aquisitivo, avalia CNA
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) destacou, nesta semana, o potencial estratégico do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) destacou, nesta semana, o potencial estratégico do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) para impulsionar a inserção internacional do agronegócio brasileiro, com foco especial em produtos de maior valor agregado.
O tratado, concluído na última quarta-feira (2), durante a Cúpula do Mercosul, em Buenos Aires, representa a consolidação de 14 rodadas de negociações e envolve um mercado formado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein — países com PIB per capita médio de US$ 85 mil, oito vezes superior à renda brasileira.
Segundo ofício enviado ao ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, o presidente da CNA, João Martins, expressou apoio ao acordo, destacando sua relevância para diversificação de mercados, fortalecimento da competitividade e atração de investimentos em inovação e sustentabilidade.
“A CNA acredita que a consolidação de acordos comerciais com parceiros estratégicos é essencial para o crescimento sustentável do Brasil, especialmente em um cenário internacional marcado pelo aumento do protecionismo”, afirma o documento.
Vitrine para produtos diferenciados
O perfil econômico dos países da EFTA favorece a demanda por alimentos gourmet, orgânicos e com Indicação Geográfica (IG). A CNA avalia que o acordo pode impulsionar produtos como:
-
Café especial e industrializado
-
Frutas tropicais frescas e processadas (manga, mamão, abacaxi, açaí e polpas)
-
Vinhos e queijos com IG
-
Carnes nobres e orgânicas (bovina, de frango e suína)
-
Mel orgânico, castanhas da Amazônia e óleos vegetais especiais
Benefícios concretos
A CNA estima, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/MDIC), um aumento anual de US$ 1,8 bilhão nas exportações agropecuárias brasileiras e a geração de 18 mil empregos com a entrada em vigor do acordo. Entre os benefícios listados estão:
-
Eliminação imediata de tarifas para 95% dos produtos agropecuários
-
Cotas preferenciais para carnes e outros produtos sensíveis
-
Reduções expressivas de tarifas (acima de 1.000%) para itens como cebolas, flores, leite condensado e carnes de frango refrigeradas
-
Implantação do sistema de “pre-listing” — reconhecimento prévio do sistema brasileiro de inspeção sanitária, o que deve acelerar o comércio de alimentos processados
Rumo à União Europeia
A CNA também considera que o avanço com a EFTA pode servir como catalisador para o acordo Mercosul-União Europeia, ainda em fase de ratificação. A expectativa é de que a assinatura do tratado com a EFTA ocorra ainda em 2025, após a revisão jurídica final dos textos.
Comércio atual
Em 2024, o Brasil exportou US$ 455 milhões em produtos agropecuários para os países da EFTA, com destaque para soja em grãos (US$ 135 milhões), café verde (US$ 84 milhões) e farelo de soja (US$ 59 milhões). A tendência, segundo a CNA, é que a nova parceria eleve esse patamar a partir da entrada em vigor do acordo.
Com informações da CNA
Hits: 66
Comentários (0)
Comentários do Facebook